Gosto exposto

Era negro... Escuro como a noite sem luar. Não refletia nada. Tentei enxergar além daquilo que “simplesmente” parecia. Não encontrei nem mesmo uma fenda, uma rachadura qualquer de onde fosse possível irradiar luz.

Não traduzia tua personalidade, não tinha um toque de beleza sequer. Entre pele, pêlos e alguns sons que te envolviam mesmo parecendo nada significar naquele momento singular, fixei meu verde olhar naquela escuridão que me incomodava.

Olhei fixamente tentando achar a emoção que talvez tu tenhas tentado, desastrosamente, passar. No final, tudo era nada... Nada disse ou mesmo quis dizer. Não havia nenhuma intenção mais que supérflua e fria na tua escolha.

Tuas emoções se resumiram a um simples coração negro lapidado em pedra a pendular em teu pescoço.

Já estou de saída. Cansei de admirar o teu exposto mau gosto.
Gil Façanha

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