Apenas... Nada.




Não havia naquele momento nenhuma intenção de ser notada e, portanto, qualquer questionamento sobre o seu silêncio não passaria de pura perda de tempo. Diante da platéia anciosa por uma atuação verbal do que há de mais intrigante em um ser dual por natureza, não seria de espantar que sua postura distante viesse a causar diferentes julgamentos. Dominante por natureza sentia-se naquele instante, dominada... Pela necessidade do silêncio, da reflexão.
Não desejava sorrir ou chorar, não estava alegre e nem triste. Pretendia mesmo era ficar um tempo, invisível, simplesmente estar quieta. As vezes é tão bom um momento assim!
As expectativas antes naturalmente geradas foram substituídas por indagações desnessárias que a irritavam levando-a a responder exatamente como julgara necessário, porém, apenas em sua mente, pois sempre lhe foi um hábito respeitar certas convivências e tentar respeitar tantas diferenças com as quais esbarramos todos os dias em nossas vidas.
Engolindo a irritação gerada por questões impróprias, já quase ultrapassando o limite da sua paciência, levantou-se e respirando fundo, expôs um breve e simples sorriso afim de não parecer tão rude, e como quem espera ser por apena um instante, compreendida... Lentamente caminha, pede desculpas, e se vai... Pensando naquele instante, como estar diante do mar em uma noite quente, poderia ser perfeito.

Gil Façanha

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