Pensamentos noturnos




Interroguei-me, nesta noite, se haveria de encantar teus olhos,
Se para você  minha alma eu despisse.
Imaginei se serias capaz de ver além do corpo lembrado,
Do perfume apreciado,
Do agradável diálogo passado.

Que faria essa força estranha, se o acaso o reduzisse,
A uma tamanha angústia, que nada poderia ser dito, ou explicado,
Por ser degustado na dor profunda das tuas entranhas?

No despertar dos meus sentidos, imaginei tua voz aos meus ouvidos
Pedindo calma, como quem sufoca
O pensamento  impuro e o desejo da alma.

Mergulhei na ilusão do eterno, na possibilidade do improvável,
Perdi-me nos teus versos de paixão e febre...
Mas, ao ressurgir no espelho d’água do meu oceano de emoções,
No silêncio noturno das minhas razões,
Despertei do sonho para essa irônica realidade,
E suspirei com ausência de um sorriso que seja,
Ao perceber que a vida sem pena, fazia piada de mim.


Gil Façanha

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