Um engano dos sentidos




Falácia!
Puro embuste!
No caos do desamor, atada aos teus emaranhados de emoções amorfas, encontrei-me na hora da perdição, no exato momento em que abri os portões da razão e fui água rio a baixo, no descontrole do pertencer, da necessidade de apenas ser.
Fui tudo e fui nada, sem pensar em estar certa ou errada, fui pura.... Puramente humana. 
Ao despertar em meio ao desencanto, vi todas as promessas feitas na pressa da conquista, no verniz do olhar que mente, e teu pérfido amor sorria no ínfimo vão do em vão... Nada trouxe, portanto, nada deixou... Senão o vazio em meu peito, agora alargado pelo desassossego da constante dúvida, rasgado por tuas unhas afiadas, felino dissimulado a agatanhar as portas que com tanto querer te abri.
E assim, tão destituído de verdade, teu olhar que agora tinha cara de lamento, se foi na bruma, na escuridão da noite que te cai tão bem. E eu, que me perdia nos caminhos onde não estavas, que sem rumo pela vida vagava, despertei do engano em crer que seguias ao meu lado... De verdade sempre estive só. Finalmente concebi que pra você não fui ninguém.



Gil Façanha

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